quinta-feira, 6 de março de 2008

Secret Love

love


Relacionamentos são coisas complicadas, não acham? O jogo mais complexo que o ser humano tem de superar e vencer se quiser deixar a sua marca genética no mundo. Chega a ser deprimente… E será que compensa?
Será realmente produtivo passar uma vida ao lado da mesma pessoa? Ou será que no fundo, tudo se resume a comodismo misturado com crises hormonais?
Quando, e se, chegarmos à velhice e antes de morrermos olharmos para a nossa vida, como vamos encarar os 20, 30 e, os mais resistentes, 50 anos ao lado do mesmo ser? Sentiremos orgulho ou uma sensação de vazio? De tempo desperdiçado? Já se questionaram sobre isto?
Sabem, eu também tenho medo de morrer sozinha. Mas o mundo amoroso é uma coisa que me irrita. Até porque normalmente saio sempre magoada.
É quase degradante ver o quão baixo estamos dispostos a ir, o quanto nos rebaixamos e as merdas que aturamos por um pouco de amor e compreensão.
Magoa-me ver o quanto já me humilhei e para quê?! Continuo sozinha, embora por vezes me iluda e me diga que é mentira e que tenho algo de real. Mas não passa de uma ilusão.
Torturo-me, reprimo-me, tento agir normalmente… “Ele não pode perceber”, “ele nunca ia gostar de alguém como eu”, “ele vai arranjar alguém e tu vais ficar sozinha”, “ele ama-a a ela, tu és uma sombra”.
Sinto-me tão… insultada por mim própria. Os nossos sentimentos cegam-nos. Limitamo-nos a apanhar as poucas migalhas que nos dão, mesmo que isso nos vá matando aos poucos.
Estou farta de mentir e de fingir. E ele nem se apercebe…


Pobre idiota…

Translation:

I hate relationships… Don’t you? They are the most complex game a human being has to play and win just to leave his genetic marc on the world… It’s almost depressing… And does it even worth the effort?
I mean, how productive can it really be to pass your entire life with the same person? How certain can we be that it isn’t just the result of the combination of habit with hormones?
When, and if, we get to be grandmothers and grandfathers and if, before we die, we get the chance to analyze the life we had, how will we face the 20, 30 or even 50 years we passed with that same human being? Will we feel proud, happy, fulfilled or will we feel empty and frustrated with the time we lost? Have you thought about this before?
You know, I’m afraid of dieing alone too. But this confuse world and feelings just irritate me, especially because normally I end up getting hurt…
It’s almost humiliating to realize how low we’re willing to go and all the shit we put up with for some fragile moments of passion.
It upsets me to remember all the humiliations I had to endure for love. And for what?! I’m still alone!
I torture myself, I have to repress myself, I have to act normally… “He must not know”, “he would never love anyone like me”, “he will get someone better and you will be alone again”, “he loves her, you’re just a shadow in his life”.
I feel so insulted! It’s like I’m making fun of myself! Our feeling affect our judgment. We get so dependent on then that we are willing to sacrifice everything just to be with the one we love, even if it is just for a moment. Even if it kills you peace by peace until there’s nothing left...
I‘m tired of pretending, lying… And he doesn’t even suspect!

My beloved idiot…

Quero Brilhar

night night moon

Diz-me, estrelinha, como é o mundo visto daí de cima?
Aqui, deitada na relva húmida, rodeada pela doce Natureza, o mundo parece quase perfeito…
Diz-me, estrelinha, como é o teu mundo?
Visto daqui, assemelha-se a um longo véu de veludo azul, enfeitado com pequenos diamantes que brilham com uma força tal que parecem querer cegar-nos com a sua beleza.
Diz-me, estrelinha, é a lua quem comanda o teu mundo?
Tão bonita… Uma pérola suave e majestosa… Tão brilhante… Rodeada pelas suas cintilantes súbditas, governa num reino de calma e serenidade…
Diz-me, estrelinha, têm medo do Homem?
Deviam ter… No meu mundo, só as pessoas importantes brilham. Todos querem brilhar mais que os outros… No meu mundo, as pessoas que não brilham são rejeitadas e maltratadas. No meu mundo, apenas aqueles que todos os outros conhecem brilham. Mas não é um brilho bonito como o teu; no meu mundo, as pessoas, na maior parte das vezes, brilham por matar, por atraiçoar, ou por saber fazer alguma coisa melhor que os outros, por mais desinteressante que seja… Mas no meu mundo, também há aqueles que fazem o bem, que ajudam o próximo, que pensam primeiro nos outros antes de pensar em si próprios! Esse sim, estrelinha, esse é um brilho bonito! Mas são poucos aqueles que vêm esse brilho. Andam todos demasiado ocupados a ver e a invejar o brilho maldoso dos outros…
Diz-me estrelinha, no teu mundo, a lua é igual para todos?
No meu não… No meu mundo, também temos quem nos governe! Uns têm uma República, outros têm um rei que toma conta deles, até há aqueles que seguem o que o Deus deles lhes disse como lei!
Mas são todos tão maus… Sabes, estrelinha, no meu mundo, os que nos governam, parecem estar mais preocupados em tomar conta deles próprios do que de nós…
Diz-me, estrelinha, o Deus do teu mundo é bom?
No meu mundo dão-lhe muitos nomes: Jeová, Buda, Ala, etc.
Pois é, estrelinha… Eu não acredito em Deus… Diz-me, estrelinha, que Deus é este que provoca tantos conflitos entre nós, os humanos? Sabes, é que aqui na Terra existem muitas maneiras diferentes de venerar esse Deus; a cada uma dessas maneiras chamam religião! O problema, estrelinha, é que cada religião diz que a sua maneira é a que está certa.
Até há aqueles que ocupam terras dos outros e dizem que são deles porque esse Deus lhas deu!
Também há aqueles que usam Deus como pretexto para fazer guerra com outro povo só porque não se dão bem! Acho que lhes chamam guerras santas…
Mas estrelinha, se numa guerra tanta gente sofre, há tanto ódio e tantos interesses subjacentes, como pode ela ser santa????
Sabes, estrelinha, se esse Deus existe mesmo, estou muito triste com ele… Porque é que ele não nos diz ao certo qual a maneira de fazer as coisas e de O tratar-mos? Assim não havia tantas discussões!
Ai estrelinha… Eu acho que Deus foi uma invenção do Homem… Como não tem ninguém que trate bem dele, criou esse Deus, como fonte de força e modelo para viver a sua vida. E quem pode culpá-lo???
Diz-me estrelinha, vocês também destroem o vosso mundo?
Se o fazem, não deviam fazê-lo! Mas, como posso eu criticar-vos se no meu mundo ninguém se preocupa com nada para além do seu próprio nariz?! Sim, porque no meu mundo são poucos os que se preocupam com o que os rodeia… Sabes estrelinha, é que, no meu mundo, o Homem não só se mata a si próprio como também mata os animais e a Natureza!
Mas eu compreendia, se eles o fizessem por uma questão de sobrevivência… Mas não é assim estrelinha! No meu mundo o Homem é capaz de matar um animal raro apenas para o exibir como troféu!
No meu mundo, o Homem destrói a Natureza, apenas para poder fazer mais um centro comercial, ou simplesmente porque não têm vontade de pôr o lixo (que nós próprios criamos), no seu devido lugar!
O meu mundo está a morrer! E ninguém parece interessado o suficiente para mudar isso! Diz-me estrelinha, achas justo estarmos a matar o mundo que nos deu vida? Mas isso não é o pior…
Diz-me estrelinha, no teu mundo também desprezam uma estrela só porque ela é menos brilhante?
No meu mundo sim… Sabes estrelinha, é que no meu mundo há aquilo a que os crescidos chamam de Racismo! Pelo que percebi, isso é um sentimento muito mau que uma pessoa sente por outra só porque ela é diferente!
Por muito que tente é um sentimento que não consigo perceber… Sabes, acho que os adultos são muito complicados; na minha escola, há muitos meninos e meninas de muitas cores! Um dia, estive a observa-los e não consegui perceber o que é que eles tinham de diferente! Se nós, as crianças, conseguimos ser todas amigas, porque é que os adultos não conseguem?!
Diz-me estrelinha, no teu mundo não existem estrelas meninos e estrelas meninas pois não?
Ainda bem… Sabes é que aqui em baixo, existem duas espécies de seres humanos: são os senhores e as senhoras!
Alguém me contou que as mulheres nem sempre são tratadas da mesma maneira que os homens! Eu pensava que isso também era racismo, mas a minha mãe esteve a dizer-me que se chama discriminação… Que nome tão complicado… Pois é, estrelinha, parece que essa tal de descriminação é um problema que havia muito antigamente… Acho que antes, as mulheres eram criticadas por trabalharem fora de casa, por querer dar a sua opinião, etc! Ainda bem que isso mudou…
Mas… Continua a haver uma coisa que eu não percebo… Acho que hoje em dia isso ainda não desapareceu por completo! Além disso, acho que agora, também existe uma coisa chamada assédio… Acho que isso é quando um senhor ou uma senhora são incomodados ou ameaçados de uma maneira muito especial! Mas essa parte a minha mãe já não me quis explicar o que era…
Não achas estranho, estrelinha?
Se os adultos são os grandes causadores dos males que afectam o meu mundo, porque é que eles tratam as crianças como se não soubessem nada?
Estrelinha, posso fugir para o teu mundo?
Eu não me quero tornar em mais um desses adultos que não querem saber do mundo…
Tenho medo estrelinha…
Eu não gosto deste mundo…
Por favor, estrelinha deixa-me viver no teu mundo…
Deixa-me ser uma estrela como tu…
Deixa-me estrelinha, porque eu… Eu só quero brilhar…