quarta-feira, 29 de julho de 2009

Apelo

Random anime moment Pictures, Images and Photos

Rapariga psicótica, deprimida e com tendências homicidas procura manual de instruções para lidar com rapazes inconstantes, insensiveis e emocionalmente indisponiveis...

sábado, 25 de julho de 2009

Beleza

beauty Pictures, Images and Photos

Não te preocupes meu bem... Eu tomo conta de ti. Sempre tomei.
Continuas a ser o meu anjinho de asas partidas. Não faz mal se me abandonaste, traiste e despedaçaste. Eu continuo a teu lado. Protegendo-te das maldades do mundo, protegendo-te da chuva ácida e das chapadas da vida. Faço isto porque te amo, porque não sei viver sem ti... És a minha dádiva e a minha maldição...
E por isso continuarei aqui! Sorridente e prestavel, sentada a teu lado, penteando os teus cabelos com a tua escova de prata e pedras preciosas, comprada com a minha alma.
Observo o teu reflexo. Como estás linda! Os teus cabelos finalmente suaves. A imagem da perfeição...
Pena que estejas morta e que como tal tenhas que estar escondida nas profundezas do meu... Desculpa... Nosso lar...
Mas não te preocupes, eu continuo a achar-te linda.
A minha melhor amiga...

terça-feira, 21 de julho de 2009

Possuido...



O meu corpo contorce-se, amarrado a uma cama. Cuspo obscenidades insanas a este ediota que grunhe palavras em latim à minha volta... Padres... Tenho pena deles... Estupidos ao ponto de achar que vão viver numa nuvem de algodão, nús e a tocar arpa... Porcos! Devassos! Irão todos para a escuridão! Como eu fui! E onde eu sofri!! E não vou voltar para lá!!! Ele é meu! Sempre foi e agora sempre será. Não vai ser um velho de batina que me vai destruir o sonho...
Lembro-me de sentir o seu cheiro quando era viva... O doce calor da sua pele, o prazer suave de quando entrava dentro de mim... Não, não o vou abandonar... Ele é meu, pertence-me! E também me quer aqui!

Morri nos seus braços, numa poça de sangue, as suas lagrimas foram as últimas coisas que senti e "Não me abandones", as últimas palavras que ouvi... Por isso não me podes expulsar ouviste??? Nunca... NUNCA!!!!!

Este estupido de batina também não aguenta muito mais. Olha para mim cheio de tremeliques... Prestes a desfalecer. Fraco. Não me consegues vencer porque não percebes o que me sustem. Estar dentro dele. Controlar todas as fibras do seu ser. A união perfeita. E ele gosta. Quando nos deixam a sós falamos e ele ama-me.

O velho cai no chão... As nossas vozes riem em unisono... Como eu gosto de ouvir a sua voz...
És meu. Está perto fim. Morrerás, mas estarei aqui para te amparar. Nunca estarás sozinho meu amor.

Ouço passos, mas não os reconheço... Quem será agora?
Uma mulher entra, percebo de imediato que tem o meu nome mortal, oiço o padre a chamar por ela...
Ela tenta falar comigo. Diz-me que o ama e que ele o ama a ela... Que o nome que ele gritava era o dela e não o meu. Que o que senti foi tudo uma ilusão. Que o que tinhamos tinha terminado à muito e que tinha de o deixar!!!

PUTA MENTIROSA!!!!! Vais morrer!!!! Consigo sugar a sua energia vital e ela cai de joelhos tentando respirar, mas algo está mal. Algo dentro de mim... Ele... Não!!!! Não me faças isso!!!! Eu amo-te!!!!

Ela arrasta-se para a cama e chama por ele, tento afasta-la mas não consigo! Ela beija-me os lábios e ele expulsa-me sem dó nem piedade... Fico nun canto gritando de agonia, dor e frustração... Eles choram de alivio nos braços um do outro...

NÃOOO!!! Parem... Não quero sentir isto... Não aguento! Quero morrer, mas já estou morta!!!! Que posso fazer?! QUE POSSO FAZER????

quinta-feira, 16 de julho de 2009

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Vida Mundana




Os seus olhos encontraram-se pela centésima vez nessa noite. Sorriram e desviaram o olhar. Estavam em mais uma festa do sub-mundo Lisboeta, com um qualquer tema obscuro e desinteressante. Aproximaram-se e sem uma palavra afastaram-se em direcção à porta. Chega de jogos por uma noite. Ela podia ter quem quisesse, tal como ele, mas já haviam tomado a sua decisão. Quando chegaram à rua, em busca de um táxi, ela teve um arrepio de frio. Ele colocou os seus braços em volta da sua cintura e ela colou-se a ele. "Na tua casa ou na minha?", sussurou-lhe ao ouvido. "Na tua", respondeu-lhe ela.

Deram ao motorista um espectaculo de desejo e provocação que tão cedo não esqueceria e ao chegar a porta do apartamento as mãos dele tremiam de frustração. Queria-a agora! Merda para as chaves! Merda para a fechadura! Ela beijava-lhe o pescoço, gemendo-lhe ao ouvido "despacha-te... Quero-te...".

Mal haviam entrado e ele pegou-lhe ao colo, atirando-a para cima do pequeno movel do hall, nem havia fechado a porta e já as suas roupas estavam espalhadas pelo chão, algumas em farrapos.

Entregaram-se um ao outro uma e outra vez, até as forças os abandonarem e colapsarem exaustos no chão do quarto.

Olharam-se e sorriram. Perfeito...

Com esforço ele arrastou-se para a cama, ela levantou-se e começou a vestir-se. "Sabes, podias ficar... Só hoje... Não tens sempre que sair apressada...".

Ela olhou-o, hesitante. Era uma predadora sem escrupulos, tal como ele. Não era a primeira vez que estavam juntos. Não tinha o habito de se repetir, mas algo naquele homem a prendia. Era diferente...

Largou a camisola que tentara vestir e deitou-se ao seu lado. Ele era lindo... O modo como a olhava, era mais que desejo...Beijaram-se. E pela primeira vez, fizeram amor, adormecendo nos braços um do outro.


Ela acordou e olhou para o lado. Ali estava o inutil do seu marido. Reprimiu um vómito quando viu aquele monte de pelo disforme roncar. Os anos tinham-lhe caido mal... Olhou o relógio. Eram cinco da manhã. Considerou as suas hipóteses e levantou-se, não suportando a ideia de tentar adormecer de novo na mesma cama que ele.

Dirigiu-se à casa de banho e olhou-se ao espelho... Meu Deus, onde estava aquela mulher sensual, de peitos fartos, cintura de vespa e olhar sensual?!

Ouvir um grito vindo do outro quarto, um dos miudos devia de estar a ter pesadelos. Abriu a torneira e preparou-se para um banho de emersão.

Enquanto se despia não se olhou no espelho. Tinha medo do que iria ver: uma mulher de meia idade, mãe de uma pequena equipa de futebol, doméstica, frigida e flácida.

Como a vida muda... Descontraiu um pouco. Sorriu lembrando os velhos tempos de faculdade, as noites escaldantes com desconhecidos, quase se conseguindo lembrar da sensação de ter um orgasmo. Velhos tempos...

A princípio sentiu dor, quando a lâmina dilacerava as veias dos seus pulsos, mas aos poucos passou. A água quente confortava-a e estava a ficar sonolenta. Em breve todos estariam acordados a grunhir pelo pequeno almoço e roupa lavada. Que se fodam todos!!! Este era o seu momento. Teriam a surpresa da vida deles...


Acordou sobressaltada! Onde estava??? Olhou em volta. Suor escorria-lhe da testa. Ali estava ele deitado ao seu lado, lindo e jovem. Havia sido um pesadelo.

Não se moveu por um momento, comtemplando o tecto. Suavemente,deslizou para fora da cama e vestiu-se silenciosamente. Antes de sair olhou-o uma última vez. Aproximou-se e beijou-o ao de leve nos lábios, com carinho e delicadeza. Não o queria acordar...

"Desculpa meu amor, mas não vales a pena..."

Saiu, para não mais voltar.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

O Verdadeiro Fim de Dolly

Blue Suicide Teddy Bear Pictures, Images and Photos

Que me perdoem os que me deram ideias mais felizes para o fim de Dolly e aos quais prometi que escreveria, mas agora ja sei como acaba verdadeiramente a história, ou como irá acabar, pois Dolly sou eu e hoje aprendi que a vida é algo mais que um mundo de bonecas e que só os mais afortunados têm direito a um final verdadeiramente feliz. Aos que tiveram essa sorte, não sabem o quanto vos invejo e aproveitem cada momento não só por vocês, mas por todos os que sofrem sozinhos, desejando o que vocês têm. Uma relação correspondida, assumida... Esta história ocorre depois dos acontecimentos em Lagrimas de Dolly.

"Vem Dolly, vem brincar!!!", o ursinho havia cumprido a sua promessa, voltara para brincar com Dolly. Dolly acalmou o seu coraçãozinho, afinal, ela podia ser uma linda boneca de porcelana, mas ninguém o conhecia como ela. Como ele lhe havia dito, ela era a pessoa mais importante da sua vida e ele nunca teria uma ligação com mais ninguém como a que tinha com ela! Isso não podia ser mentira, pois não?!
Dolly saiu a correr do seu quartinho subterraneo e lá estava ele... De braços abertos... Sorrindo-lhe! Não, não podia ser mentira... Dolly abraçou-o. Seria capaz de reconhecer o seu cheiro no lugar mais obscuro do mundo. E assim Dolly e o ursinho brincaram e riram, um dia e outro... E outro...
Mas algo perturbava Dolly, não sabia explicar o quê, mas tudo estava diferente. O ursinho parecia distante. Já não lhe cantava palavras doces, das que lhe acalmavam a alma. Já não a olhava da mesma maneira. Dolly sabia no que ele estava a pensar, mas não o queria admitir. Com o tempo tudo voltaria ao normal, tudo voltaria a ser como dantes...
De noite, Dolly começou a ter pesadelos. Era uma noite limpida, a lua prateada, iluminando o seu caminho. Dolly usava o seu lindo vestido de veludo negro. Os seus pezinhos avançavam pela relva macia, como que acariciados pelo mais puro da natureza.
"Boa noite Dolly", "Estás linda Dolly!!!", todos estavam lá! Todos os bonequinhos estavam ali! Passavam por ela, sorrindo-lhe!
Dolly cantava de alegria. Já estava a chegar...
"Ursinho?","Ursinho, onde estás????", ao passar o limiar da floresta reprimiu um grito de dor. Ali estava um ursinho, com o pelo azul mais fofo que alguma vez existiu. Na sua mão, uma ornamentada escova de cabelo e à sua frente uma boneca. Uma linda boneca de porcelana, com um longo cabelo loiro.
Dolly acordou, angustiada e confusa. "Vem Dolly, vem brincar!", A pequena boneca de pano recompôs-se e saiu. Ali estava ele, lindo como sempre. "Vamos brincar para o lago? Está um lindo dia!". E mais uma vez os dois se divertiram, brincaram, rebolaram pela relva onde permaneceram, cansados.
"Tenho que te contar uma coisa", algo na sua voz fez Dolly engulir em seco, "Ela deixou o tal boneco, estou preocupado com ela...", Dolly olhou as nuvens. Era o principio de fim. "Não te preocupes Dolly, isto não muda nada, não vai acontecer nada, tu e eu podemos continuas juntos... Amigos...", Dolly sorriu e deu-lhe a mão. Ele levou-a a casa e Dolly foi para a sua cama de folhas de Outono, onde chorou até adormecer e quanto tal aconteceu, os sonhos voltaram para a atormentar nas longas horas da madrugada.
Dolly e o Ursinho voltaram a estar juntos, dançando ao sabor do vento, mas o ursinho não conseguia evitar e cabava sempre por falar nela, uma e outra vez... Dolly sorria, e sorria, e sorria... Até chegar ao seu buraquinho... Tinha de aguentar... Só ate chegar à sua casinha... Estava a torturar-se! A fugir! A negar o inevitavel! A noite chegou e Dolly não chorou. Estava na hora...

"Vem Dolly, vem brincar!!!"O ursinho esperou e esperou... "Dolly, estás aí?", sussurou o ursinho azul à entrada. "Dolly?" Rastejou, ficando rodeado pela convidativa escuridão. Com a sua patinha tocou a pequena cama, estava vazia... Mas, o que era aquilo? Rastejou o caminho de volta para a luz. Consigo trazia um pequeno quadrado de papel. Quando os seus olhos se adaptaram olhou a palavra que nele estava escrito. "Acabou".

O ursinho ali ficou olhando o papel. Os minutos foram passando. O ursinho regressou a casa da sua boneca de pano. Deitou-se na sua caminha e chorou em silencio. Dolly havia partido.

Fim

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Mau Humor Matinal...

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Tenho exame, dormi uma hora... Merda, estou tão cansada...
Não gosto do esforço que tenho que fazer para me levantar,
Não gosto da sensação da agua na minha pele,
Não gosto do que vejo no espelho,
Não gosto da sensação da roupa que visto,
Não gosto de sentir o vento frio quando saio,
Não gosto de correr atrás do autocarro,
Não gosto do motorista,
Não gosto das mulheres histéricas que berram todo o percurso,
Não gosto do metro,
Não gosto de empurrões e gente mal educada,
Não gosto de caminhar,
Não gosto da minha faculdade,
Não gosto que me sirvam café queimado,
Não gosto da sala para onde vou,
Não gosto de estar trancada horas quando está sol la fora,
Não gosto das perguntas que me fazem,
Não gosto dos professores nem dos meus colegas,
Não gosto da nota que me dão,
Não gosto de ter de fazer tudo de novo para regressar...

Chego a casa, a chave entra na fechadura.

Gosto do cheiro a limpo,
Gosto do conforto do meu quarto,
Gosto das palavras de conforto do meu pai,
Gosto da textura do meu pijama,
Gosto do cheiro da minha almofada,
Gosto de rebolar nos lençois em busca da posição ideal,
Gosto do que me espera do outro lado da inconsciencia...

Boa noite...

domingo, 5 de julho de 2009

Guerras Perdidas

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Está na hora de me render ás evidencias... Perdi!
Ganhaste. Odeio-te sem te conhecer porque me roubaste o que nunca foi meu.
Lutei durante quatro anos para mostrar que o merecia. Tu ganhaste-o em quatro dias...
E eu sei porquê...
Porque és bonita, inteligente, divertida e eu... Eu não sou nada...
Serei sempre a melhor amiga, pelo menos enquanto permitires que assim seja...
Melhor amiga... A quem estou a enganar... A companhia das horas vagas que ele trocaria de bom grado por um minuto contigo.
Nunca sofri assim, porque nunca amei ninguém como o amo.
Não aguentaria ver-vos juntos.
Estou a definhar aos poucos, no limiar da minha própria destruição.
Não posso voltar atrás, mas também não me consigo libertar e seguir em frente.
Estou perdida.
Caminho por entre os corpos neste campo de batalha onde me venceste com um simples beijo numa noite escura, tentando curar as feridas que nunca irão sarar...
Não me conheces. Talvez nunca venhas a conhecer.
Mas não desejo o que estou a sentir a ninguém.
Preferia a morte...

quarta-feira, 1 de julho de 2009

O fim de Dolly (penúltima versão)

bloody doll Pictures, Images and Photos


Fiz este texto após desafio do Supernatural. Embora não tenha o seu talento nesta area espero não ser uma desilusão completa... Ainda este semana publicarei o derradeiro texto sobre Dolly, inspirado em várias opiniões mais optimistas sobre a minha bonequinha...


Dolly olhou para o seu vestido sujo. Sabia que ele estava a mentir, que a abandonaria de novo. Não tinha mais lágrimas para chorar. Dolly a doce e ingénua bonequinha morrera.
A sua fragilidade havia sido substituida por algo diferente... Algo negro... Algo que nunca havia sentido... Despeito! Raiva! Dolly sabia que estava louca e com essa constatação, não conseguiu evitar um sorriso.
Não aguentava mais o jogo do toca e foge. Havia sido gozada, rejeitada toda a sua vida. Agora ia dar-lhes motivos para a temerem...
Ele chegaria em breve. Ela tinha de estar no seu melhor... Apanhou os seus fios de lã vermelhos com o seu melhor lacinho e atravessou o campo de orquidias douradas em direcção ao lago.
A agua limpida borbulhava de vida, os seus patinhos de plastico nadavam em filinha.... Dolly ajoelhou-se, inalou o aroma adocicado das flores marinhas e começou a lavar os seus modestos trapinhos.
O barulho estava a perturba-la. Por ela os patinhos e os bichinhos podiam morrer todos afogados! Mas... Não eram animais... Ao longe viu uma mãe brincado com seu bébé. Cena enternecedora... Dolly sorriu e levantou-se dançando alegremente até junto deles.
"Olá! O meu nome é Dolly!"
A mãe de ar descontraido depressa parou de brincar: "afasta-te boneca esfarrapada! Nunca ninguém te ensinou a respeitar a tua classe social!"
O bébé inocentemente fez beicinho. "Para com isso! Não devemos nos dar com bonecas de qualidade inferior! Não têm o mínímo de educação!", disse a mãe enfurecida.
Dolly encolheu os ombros, de olhos vazios e virou costas... Apanhou uma pedra coberta de musgo seco e a esmagou na nuca da mãe. Como a porcelana era fragil. Quem a mandou se ajoelhar perto dela?
-Sabes? A tua mãe tem razão...
Levou o seu tempo com o pequeno, os seus gritinhos inocentes eram como notas musicais. Quando acabou o lago brilhava com pequenos pedacinhos brilhantes do que um dia tinha sido uma familia feliz. Infelizmente teria de lavar o seu vestido de novo...

Quando voltava para casa, decidiu fazer mais um pequeno desvio. Tinha mais uma amiga com quem brincar... Os pinheiros de plasticinas coloridas pareciam cantar-lhe canções de embalar. Estava onde esperava que ela estivesse. A pentear os seus cabelos loiros, perfeitos, diante do espelho.
"Ola!!!!! Sabes quem eu sou???" cantou Dolly com uma voz esganiçada!
"Não, mas estás a tapar a minha luz." Disse a bonequinha de porcelana, se voltando de novo para o espelho.
"Mil perdões vossa alteza!" Disse Dolly com uma vénia. "Mas... Não queres saber quem eu sou?"
"Deveria?", disse entre dentes a bonequinha...
"Sim! Porque estou prestes a ficar a tua melhor amiga! E vamos brincar muito juntas..."
Com o seu pezinho delicado, Dolly derrubou o espelho, que se desfez em cacos. Agarrando no maior pedaço que encontrou, agarrou a bela bonequinha pelos seus lindos cabelos. A pobre coitada debatia-se, mas a porcelana é tão fragil... E cortou, cortou, cortou, até nada mais restar para cortar.
"Não!!!! Gritou a bonequinha quando se viu nos mil reflexos espalhados pelo chão. Não pode ser... Que mal te fiz eu? Não quero ver isto...."
"Bem miguita, isso se pode arranjar, seus desejos são ordens..."

"Onde estará ela????" Perguntava o ursinho. Ter-se-ia esquecido de que ele ia ali ter com ela? "Para uma ocupação de tempos livres, já me estás a dar muito trabalho...", pensou o ursinho azul.
"Olá coração!!!!!!" Sussurrou Dolly.
O ursinho olhou para cima alarmado, encontrando-a sentada num ramo da arvore. "Dolly!!! Como foste ai parar? Já estavas ai? Porque não disseste nada?"
"Estava a observar-te, gosto de fazer isso às vezes..."
Dolly deslizou aterrendo junto a ele. O ursinho sentia que algo não estava certo. "Então Dolly, vamos brincar a quê hoje??"
"Tenho um jogo novo, mas tens de fechar os olhos..."
"Dolly, tu estás bem???", suspirou o ursinho sentindo a sua respiração no seu pescoço.
"Estou sim... Porquê? Não queres brincar?" Sussurou Dolly no seu ouvido enquanto atava os seus bracinhos peludos com o seu lacinho.
"Quero sim..."
"Confias em mim?" Gemeu Dolly enquanto deitava o ursinho em cima da relva húmida.
"Sim Dolly, mais do que em qualquer outra pessoa..." Suspirou o ursinho.
"Mas não devias..." Disse Dolly sentando-se em cima do seu amado, "Porque destruiste em mim tudo o que havia de bom e em que podias confiar".
O ursinho abriu os olhos apenas a tempo de sentir a dor que aquele objecto espetado no seu peito lhe estava a causar. tentou gritar mas "Xiiiuuuu, tem calma, não faças barulho, ninguém pode saber de nós, lembraste?" disse a boneca de trapos ao tapar-lhe a boca.
As lagrimas começaram a escorrer dos seus botõezinhos azuis escuros, mas não conseguia falar. "Sabes? Não consegui mesmo perceber o que viste nela. Ela nem sequer se lembrou de ti sabias? Não gritou por ti uma única vez".
O ursinho começou a tentar libertar-se, mas era inutil, aquela dor, ao olhar mais atentamente para o que Dolly lhe havia cravado no peito, apercebeu-se de que estava o olhar para um pedaço da mais bonita... Branca... Suave... Porcelana.
Reconheceu-a de imediato. "Não!!!! Seu monstro!!! porquê Dolly?! Desculpa! Perdoa-me!".
"Perdoar? Sim, eu acho que posso fazer isso. Não se deve guardar rancor aos mortos...", disse Dolly com ar pensativo enquanto observava o céu, estava a escurecer.
"Como é ser como tu? Ter todos os amigos que quiseres, ser bonito. Deves ver o mundo em tons de cor-de rosa."
"Dolly...", gritou o ursinho.
"Xiuuuuu... Eu também quero ver o mundo em cor-de-rosa". beijou o ursinho ao de leve no seu narizinho negro e de um puxão, arrancou os seus olhos.
O ursinho desmaiou de dor, sem tempo para gritar. "Assim não tem graça..." resmungou Dolly, agarrando no pedaço de porcelana e rasgando a barriguinha do ursinho. Cheirou o seu algodão uma última vez e foi para a sua casa. Depressa descozeu os seus botõezinhos e cozeu os do ursinho. Agora estaria sempre com ela... Ouviu alguém gritar. O tinham encontrado. Talvês ainda tivesse um tempinho antes que eles a viessem buscar. Se aninhou e adormeceu...