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Acorrentada... Sinto a humidade a escorrer pelas paredes escuras. O meu sangue jorra-me da boca enquanto o meu corpo manda o seu ultimo grito de revolta: "nunca me vencerás, o meu orgulho é eterno".
Não há janelas, sinto-me a sofocar lentamente, as paredes fecham-se sobre mim. Morro sozinha e sem dignidade. Não foi isto que imaginei para mim. Não sei como vim aqui parar. Alguma vez fui feliz? Não sei, não me lembro do mundo la fora...
Humidade, odeio humidade! Oiço gritos desesperados do outro ado das paredes, agonia partilhada com desconhecidos. Sinto-me um pouco melhor.
Os teus passos aproximam-se. Entras e contemplas-me de sorriso na cara. Emanas luz... Os teus dedos passam suavemente pela minha face, beijas-me os labios uma última vez. Como és cruel...
E de repente, tudo acaba. Melhor assim...
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